Novo Coronavírus: Ações Preventivas e Informações

Coronavírus

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O surto de coronavírus espalha-se pelo mundo deixando muitas pessoas assustadas com a possibilidade de infecção pelo vírus. Cerca de 80 mil pessoas já contraíram o vírus e mais de 2.700 perderam a vida, sendo a maioria na China, onde se deu o início dos contágios.

No Brasil já há dois casos confirmados e 252 suspeitos, segundo o boletim divulgado no dia 1º de março. O levantamento também aponta que 89 casos suspeitos foram descartados. O Estado de São Paulo concentra o maior número de casos investigados, com 136 suspeitas e 48 descartados.

Desde a repatriação de brasileiros que estavam na China, o Governo Federal tomou medidas de controle sanitário, como declarar o surto como emergência de saúde de interesse nacional. O Ministério da Saúde também enquadrou até o momento 16 países que possuem voos diretos para o Brasil em nível de alerta para o novo coronavírus.

São eles: China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Japão, Vietnã, Tailândia, Itália, Alemanha, França, Austrália, Filipinas, Malásia, Cingapura, Irã e Emirados Árabes. No entanto, o governo descartou suspender os voos com origem nestes países, alegando ter essa medida pouca eficácia.

“Não é eficaz tentar fechar fronteiras. A medida mais eficaz de controle é termos agilidade”, disse o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Não existe nenhuma tecnologia que possa nos dizer se uma pessoa que estava em um avião está ou não com a doença. O que vamos fazer é aumentar a comunicação com essas pessoas que estão chegando”, declarou ele.

Há uma expectativa por parte do governo que o novo coronavírus possa se comportar de maneira diferente em um clima tropical, com temperaturas elevadas. Ainda assim, há também uma preocupação com a Região Sul do país, que costuma ter mais casos de gripe durante o inverno que já se aproxima. Essa preocupação levou o governo federal a estudar a antecipação da campanha de vacinação em todo o Brasil.

Quais são os sintomas do coronavírus?

Os sinais e sintomas do coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. No entanto, o coronavírus (SARS-CoV-2) ainda precisa de mais estudos e investigações para caracterizar melhor os sinais e sintomas da doença.

Os principais são sintomas conhecidos até o momento são:

  • Febre.
  • Tosse.
  • Dificuldade para respirar.

Idosos são os mais vulneráveis

Apesar de altamente contagioso, o novo coronavírus é menos letal. Porém, o risco é maior quando são levados em consideração os pacientes com idade superior a 60 anos, chegando a letalidade a ser de 15%.

Com o envelhecimento, o sistema imunológico sofre uma deterioração chamada de imunossenescência. Isso leva o organismo a perder a capacidade de responder da melhor forma possível a uma infecção, o que significa que ele pode reagir não apenas de forma insuficiente, como não conseguir combater a doença provocada pelo vírus e também poder ter uma resposta exagerada, o que prejudica o organismo.

“Um sistema imunológico prejudicado não consegue modular a resposta e gera uma inflamação descontrolada, que favorece uma desorganização do microambiente pulmonar, onde há bactérias que vivem em harmonia com o organismo e que, diante da inflamação, podem se proliferar”, afirma o infectologista Kleber Luz, em entrevista a BBC Brasil. Nesses casos, essas bactérias são chamadas de oportunistas.

O coronavírus também pode agravar outras doenças como diabetes, pressão alta ou problemas cardiovasculares, o que aumenta o risco de morte. Luz afirma que um idoso infectado também irá apresentar uma ou duas doenças simultaneamente, levando-o a um edema pulmonar ou a uma insuficiência renal.

Por isso é tão importante que as pessoas se preocupem também com o controle de outras enfermidades. Recomenda-se, principalmente aos mais velhos, manter bons hábitos alimentares e a pratica regular de atividade física para retardar a deterioração do sistema imunológico, além de também verificar se todas as vacinas estão em dia, especialmente a vacina contra a gripe.

Com a chegada do inverno, o vírus da influenza circula com mais facilidade, e os casos de gripe se multiplicam. Ainda assim, não é recomendado que as pessoas corram para os postos de saúde neste momento. Isso porque o governo federal aguarda o novo lote de vacinas que está sendo desenvolvido pela Fundação Fiocruz.

“As vacinas para gripe que ainda estão em estoque são do ano passado e não têm eficácia nenhuma sobre os vírus que estarão circulando em nosso inverno, que são novos. Para eles, será preciso tomar a vacina que será distribuída entre a última quinzena de março e o início de abril”, disse Mandetta.

O Coronavírus

Os coronavírus são uma grande família de vírus que causam doenças que variam de resfriado comum a doenças mais graves. O novo coronavírus ou COVID-19 como foi classificado, é uma nova cepa de coronavírus que não foi previamente identificada em seres humanos. Este vírus foi identificado pela primeira vez em Wuhan, província de Hubei, na China. O vírus provavelmente surgiu originalmente de uma fonte animal e depois se espalhou para os seres humanos.

Acredita-se que o COVID-19 está intimamente ligado ao mercado de frutos do mar Huanan, em Wuhan. O mercado supostamente vendia animais vivos como cobras, veados e lontras.

Esse grupo de vírus geralmente infecta apenas animais, porém, os cientistas identificaram sete tipos de coronavírus que afetam os seres humanos. Destes sete, as infecções mais graves por eles causadas são:

  • Síndrome respiratória aguda grave (SARS). Cingapura registrou 33 mortes devido à Sars em 2003;
  • Síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV). Relatada pela primeira vez na Arábia Saudita em 2012;
  • Doença causada por coronavírus 2019 (COVID-19). Os primeiros casos foram relatados em dezembro de 2019 em Wuhan, capital da província chinesa de Hubei.

Transmissão do COVID-19

“Se precisarmos procurar um médico, por exemplo, devemos usar uma máscara cirúrgica para proteger os outros. Então é quando as máscaras são necessárias, quando não estamos bem, e temos que sair de casa”.

A transmissão do COVID-19 ocorre principalmente por gotículas, que podem ser emitidas a curta distância por uma pessoa infectada, através da tosse ou espirro. Se essas gotículas entrarem em contato com os olhos, nariz ou boca de um indivíduo, direta ou indiretamente, através das mãos que tiveram contato com essas gotículas, esse indivíduo poderá ser afetado.

O contado com superfícies contaminadas por essas gotículas também é o suficiente para ocorrer a transmissão do coronavírus, principalmente por que o vírus pode permanecer vivo por alguns dias. Quando alguém toca as superfícies contaminadas como mesas, cadeiras ou corrimãos o vírus é transferido para as mãos infectando a pessoa caso ela esfregue os olhos ou o nariz sem lavar as mãos.  Não há evidências de que o vírus possa estar no ar. Relatos de última hora são de que poderá haver contaminação através das fezes, ou do ar em banheiros usados por portadores do vírus.

Autoridades e órgãos de saúde acreditam que as pessoas contaminadas pelo coronavírus oferecem maior risco de transmissão quando já apresentam sintomas claros desta virose. Durante o período de incubação, que pode ser de até 14 dias, é improvável que o COVID-19 contamine outras pessoas.

Uma das maneiras mais eficazes de se proteger do coronavírus é manter a boa higiene pessoal, com cuidados especiais em relação às mãos. Em seu discurso no parlamento de Cingapura, o ministro da saúde Gan Kim Yong, orientou sobre a necessidade de lavar regularmente as mãos com água e sabão e evitar tocar o rosto com as mãos. Uma medida que parece simples, mas segundo o próprio ministro é algo muito difícil, já que nós temos o hábito de tocar nosso rosto o tempo todo.

É preciso tomar muito cuidado com a utilização de máscaras, que hoje estão em falta nas prateleiras das farmácias. Além da falsa sensação de segurança quando se está em boas condições de saúde, elas podem oferecer um risco maior de contaminação.

“Usar a máscara de proteção quando estamos bem geralmente nos dá uma falsa sensação de segurança. É mais provável que toquemos nossos rostos, quando constantemente ajustamos nossas máscaras, e é dessa maneira que a doença se espalha”, comentou Gan Kim Yong. “Se precisarmos procurar um médico, por exemplo, devemos usar uma máscara cirúrgica para proteger os outros. Então é quando as máscaras são necessárias, quando não estamos bem, e temos que sair de casa”, finalizou.

Cuidados e Prevenção

Para evitar os riscos de contaminação do COVID-19 é importante tomar algumas medidas de precaução. O uso de máscaras deve ser vetado quando não há qualquer sintoma do vírus, pois, além dos riscos citados, especialistas do setor de saúde afirmam que após 2 horas as máscaras devem ficar úmidas, o que pode aumentar os riscos de transmissão. Fique atento aos cuidados indicados:

  • Lavar as mãos por 20 segundos até a metade do punho, esfregando também as partes internas das unhas;
  • Usar álcool 70 para limpar as mãos antes de encosta-las em áreas como olhos, nariz e boca;
  • Ao tossir ou espirrar, usar a parte interna do cotovelo para cobrir a boca;
  • Evitar multidões;
  • Usar máscaras apenas quando apresentar sintomas;
  • Evitar tocar o nariz, olhos e boca antes de lavar as mãos;
  • Manter a distância de um metro de pessoas que estiverem espirrando ou tossindo;
  • Limpar com álcool objetos tocados frequentemente;
  • Evitar cumprimentar com beijos, aperto de mãos e abraços;
  • Evitar sair de casa caso apresente algum sintoma de gripe;
  • Utilizar lenço descartável quando estiver com coriza;
  • Se informar sobre os métodos de prevenção e repassar informações corretas.
  • Se quiser consultar um médico, marque uma visita ao consultório, em vez de procurar um Pronto Socorro.

Conselho final: se você não pertencer ao grupo de maior risco, como idosos e imunodeprimidos, e estiver com sintomas desta virose, você deverá ser tratado em casa. Nesse caso, o risco de morte é mínimo (praticamente zero) e você evitará propagar a doença.

Referências: Ministério da SaúdeGOV.SG, Reuters, BBC Brasil, Bem Estar

Revisão técnica: Dr. Fernando Bonilha de Toledo Leite

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